“(…) descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?” (Jó 38.17)
Morte. Não sei se é um tema muito agradável para se abordar em um devocional, mas uma coisa eu sei: é importante! Por isso vamos falar um pouco hoje sobre a morte. Todo ser humano, tanto cristão quanto incrédulo está sujeito à morte. A morte é resultado do pecado, fruto da desobediência de Adão e Eva, de forma que ela penetrou o homem em sua constituição física e eterna.
Hoje, porém, quero discorrer acerca da morte física, o fim da nossa participação nessa esfera terrena. Creio ser um fator que a maioria de nós – inclusive você que está lendo – não reflete muito. Apesar de presenciarmos através dos meios de comunicação as centenas de mortes diárias no mundo e até saber que é uma das coisas mais comuns nos dias de hoje… sim, as pessoas morrerem! Elas morrem em todos os lugares e de todas as formas: doenças, acidentes, crimes, tragédias e imprevistos. Isso tudo ocasiona a morte.
Como já disse, isso já faz parte do nosso cotidiano mas, sinceramente, por mais que nós saibamos dessa realidade, nós não a esperamos, nós não pensamos que vamos morrer, não achamos que vai acontecer conosco, pelo menos não agora. Por isso nós a ignoramos, achamos que ela vai acontecer à longo prazo, o que não é verdade! Vivemos em corpos mortais e isso pode ocorrer conosco a qualquer momento: ninguém sabe a hora da sua morte. Na maioria dos casos ela vem de modo repentino e você pode ser a próxima pessoa a deixar o mundo. Sim, é isso que estou dizendo: “você pode ser a próxima pessoa a morrer”.
E qual a razão de estar discorrendo sobre esse assunto? Porque Jesus nos manda vigiar, ficarmos alerta, devemos estar preparados para esse dia, quando ele chegar. Consciente disso a sua rotina vai mudar, seus valores e conceitos deveram ser revistos, por exemplo: se você soubesse que iria morrer daqui um ano, se um médico te desse esse diagnostico e essa sentença, ou o próprio Deus te revelasse e você tivesse certeza absoluta que iria morrer em um ano… Você já imaginou como seria sua vida? Você viveria com uma transformação total!
Primeiro: Se soubesse que iria morrer em um ano, consertaria toda a sua vida civil e social, pagaria todas as suas dívidas, limparia seu nome, não deixaria prejuízo algum para a família, correria atrás de papéis, processos e negócios mal resolvidos, pendências e uma série de compromissos não saldados e trabalharia para deixar uma boa imagem diante da sociedade.
Segundo: Sua vida afetiva. Se soubesse que iria morrer em um ano quanta gente você não iria correndo procurar para se reconciliar? Quantas pessoas estão magoadas com você, ressentidas, quanta intriga envolvida com seu nome, barreiras, coração fechado com inúmeras pessoas? Se soubéssemos que iríamos morrer em um ano, “voaríamos” atrás dessas pessoas para pedir perdão, perdoá-las, abraçá-las, sorrir, chorar com elas… Já imaginou com seus filhos? Em um ano quantas vezes você diria “eu te amo”? Quantas vezes você estaria ao seu lado ou os ajudaria nas tarefas da escola? Viveria o dia-a-dia com eles, já imaginou em um ano o quanto da Bíblia você ensinaria a eles? O quanto iria orar com eles?
O mesmo digo dos filhos para com os pais: iriam se lembrar mais deles, iriam estar mais presentes, com certeza iriam honrar o pai e a mãe os 365 dias do ano. Também falo aos casados: se soubessem que só teriam um ano de vida juntos, fariam tudo que não fizeram em todos esses anos uma ao outro: o serviria com o máximo de responsabilidade e amor, mesmo em meio à dificuldades e crises faria o máximo para ser a melhor esposa ou o melhor esposo. Não haveria nada de grosseria, indiferença, rixas ou deboches, seria uma lua-de-mel que duraria 365 dias. Em suma, você lutaria para seu lar ser perfeito em todo esse ano!
Terceiro: E quanto ao mundo ao nosso redor? Se soubéssemos que teríamos só um ano de vida, e que depois de um ano iríamos morrer, quanta coisa não faríamos ao próximo, quantos pobres não ajudaríamos, afinal de contas fazer o que com o dinheiro? E as posses, sabendo que em um ano não usaria mais nada? Faríamos doações a asilos, creches, instituições de caridade, presentearíamos pessoas com roupas, agasalhos… Creio que até faríamos festas para crianças pobres que nunca tiveram uma única celebração de aniversário. Quanta gente à nossa volta necessitando de ajuda, precisando de um abraço, de uma palavra amiga, de um consolo, de um apoio moral! Acho que faríamos como Paulo: “nos gastaríamos e nos deixaríamos gastar por essas pessoas”.
Afinal de contas seria uma corrida contra o tempo, só teríamos um ano, e em um ano a morte nos levaria. Veja que aflição! Amar as pessoas, fazer o bem, servir a Deus, não pecar, faríamos de tudo para sermos os melhores seres humanos no mundo e os melhores cristãos que já existiram. E por quê? Por causa da consciência cristã dentro de nós, que nos mostra a grande responsabilidade que temos e muitas vezes negligenciamos!
Quarto: Sabendo que só teríamos um ano de vida, iríamos viver em total dedicação a Deus, leríamos a Bíblia durante 365 dias – talvez mais de uma vez por dia. Nesses mesmos 365 dias você iria orar muito mais que já o fez em toda a sua vida, deixaria todas as práticas pecaminosas, se esforçaria o máximo na luta contra seu velho homem e para sua santificação, enfim, seria o maior ano da sua vida em devoção a Deus e crescimento espiritual.
E quanto ao evangelismo? Duvido que você em um ano deixaria de pregar para qualquer ser humano que passasse ao seu lado! Imagine na sala de aula, o “fuzuê” que você iria aprontar, com professores e alunos, no trabalho e em suas repartições, na sua vizinhança, seguramente você cairia de joelhos e imploraria pelas almas delas! Familiares? Todos. E-mails, fax, telefonemas, iríamos atrás dos avós, tios, primos, não deixaríamos nenhum sequer ficar sem ouvir o Evangelho e, possivelmente, com a consistência e empenho que nos aplicaríamos em um ano, muitos deles se converteriam! Talvez em um ano o número dos evangelizados por nossa parte e até das almas ganhas excederia todo o resto da nossa vida anterior!
O que estou querendo ensinar com isso? Eu não sei o dia da sua morte, não sei quando ela virá, esse dia ninguém sabe, só Deus na Sua onisciência. Provavelmente você não espera que vai morrer em um ano, não há nenhuma sentença sobre você, talvez nenhum médico te fez esse diagnóstico… Você está tão preocupado e atarefado com as coisas dessa vida que nem sonha ou espera a morte, mas quero te dizer que independente disso esse dia vai chegar, você vai morrer!
E é possível que não demore nem um ano, pode ser a qualquer momento, inclusive hoje! Isso é uma certeza e creio que você concorde com essa possibilidade. Já que ”agora” você concorda e entende que pode ser a qualquer momento, por que então não viver conforme o que foi mencionado acima?
Querido(a), vamos deixar essa terra em breve e somente o que tivermos feito de bom será contado. Apenas aquilo que for feito para Cristo e em prol de Cristo será relevado. A Bíblia diz que a nossa vida é como a erva: “Quanto ao homem, os seus dias são como a erva; como a flor do campo, assim ele floresce. Pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não a conhece mais” (Sl 103.15-16). Nossa existência é tão breve, tão passageira, temos tão pouco tempo! Vamos fazer o máximo que for possível, como se tivéssemos apenas um ano de vida, fazendo o melhor para Cristo e para o próximo.
Vá, pois não temos muito tempo, somente uma vida!
No amor de Cristo,
Paulo Junior
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